Eis outra questão.
A minha filha de 20 e poucos anos está a partilhar comigo as coisas que retira do terapeuta, que o terapeuta lhe diz, e eu não concordo muito e sinto-me frustrada. Isso é normal? E que perguntas posso fazer?
Eu perguntaria à criança a interpretação. Trata-se de uma pessoa de 20 anos, por isso, quando isto aconteceu, o que é que tu achaste quando isto aconteceu? O que é que tu achas?
E talvez até ofereça uma alternativa. Se eu puder ter influência, talvez ofereça uma alternativa. É interessante que seja uma forma de ver as coisas. Eu sempre vi as coisas desta forma, ou posso considerá-las de outra maneira.
Mais uma vez, na vida, nem sempre há uma resposta. Normalmente, há muitas possibilidades diferentes na vida.
Por isso, mais uma vez, se eu não concordar com isso, gostaria de me inclinar para: "Bem, isso é - eu nunca vi as coisas dessa maneira. Não pensei nisso dessa forma. Historicamente, é assim que eu vejo as coisas. Qual é a vossa opinião sobre isso?"
Por isso, se não concordar, eu não o diria de forma conflituosa, "Não concordo com isso", mas sim, "Não tinha pensado nisso dessa forma. Sempre pensei nisso, ou vi as coisas desta forma. O que pensas sobre isso?". E era isso que eu fazia.
Agora, se for claramente contra os meus valores familiares ou os valores que temos como família, então provavelmente seria um pouco mais direto: "Isso não é algo que valorizamos" ou "Isso é algo em que não acreditamos".
Por isso, se for um confronto direto com os valores da família, então eu falaria nisso e diria: "Não me sinto à vontade com isso, e deixe-me explicar porquê. Sempre tive este valor familiar específico", seja ele qual for.
E eu não teria medo de o fazer, embora quisesse compreender como é que o seu filho está a viver e a dar sentido ao que está a aprender com um terapeuta de 20 anos.
